Para alguns profissionais, o cachorro pode na verdade, ajudar a ampliar as relações
Dizer que animais de estimação representam uma ameaça à vida amorosa pode parecer suspeito quando a afirmação se baseia em dados de uma agência de relacionamentos. Afinal, instituições deste tipo sobrevivem à custa de gente disposta a gastar seu tempo na busca por companheiros humanos. Para alguns profissionais, o cachorro pode na verdade, ampliar o círculo social do dono. "Não é à toa que a pessoa com dificuldades de relacionamento recebe a recomendação de ter cachorro. Ele é um ‘lubrificante social’. Quando passeiam com os cães, as pessoas conversam, aprendem a demonstrar afeto e a não temer o toque", argumenta o especialista em psicologia animal Alexandre Rossi. "Tem muito garotão que sai para paquerar com ajuda do cão", afirma a veterinária Regina Motta.
Foi justamente por causa de Jully, uma cocker spaniel caramelo, que a bióloga Ana Cristina Raposo, 37 anos, ganhou um precioso grupo de amigos. "Conheci tantos criadores da raça dela que combinamos de fazer um encontro de cockers a cada mês. Já fui até em aniversário de cachorro com ela", conta.
Jully é tão popular entre os caninos que tem uma página própria na internet, da qual participam 600 amigos-cães. "Como moro com meus pais, nunca precisei me privar da vida social pela Jully. Quando possível, ela sai comigo. Até na igreja a levei, para que ganhasse uma bênção", conta Ana.
A secretária Gisele Moura, 32 anos, não esconde que gosta mais de bicho que de gente. "Eles não fazem mal a ninguém de graça, ao contrário do homem", alfineta. Ela garante, contudo, que o apego à cadela Ana Júlia não provoca ciúmes. "Meu noivo a ama também, o que facilita tudo! Todos que vão em casa se deliciam com a cachorra. É tão inteligente que escolheu o próprio nome. Ficamos falando vários nomes e ela fez uma festa danada quando ouviu Ana Júlia."
A veterinária Henellore Fucks, que promove a interação entre animais e crianças em hospitais por meio do projeto Pet Smile, lembra que os bichos podem desenvolver funções terapêuticas. Elizabeth Henrique descobriu o poder dos bichos quando se viu doente. "Eles me ajudaram nas horas ruins", conta. "Tudo começou com a cachorro Missi. Meu marido passou a dormir no sofá quando ela começou a subir na nossa cama. Acabou aceitando porque ela era mais que filha, era a cura para a minha depressão. Quando Missi estava morrendo, sumi de casa para não vê-la sofrer. Agora a gatinha Shiva é minha companheira de cama."
Fonte: Bem Paraná
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